Arquitetura da Informação (em Português)

["Ricardo Almeida" <ralmeida AT i-group.com.br>]

Bom... ROI não muda muito, sendo ou não sendo RIA.

Colocando de forma bem simplificada, deve-se primeio somar todos os custos 
envolvidos na produção. Por custos, deve-se incluir licenças, máquina, 
mão-de-obra (mesmo de funcionários da empresa que vão lidar com isso) e 
assim por diante. A isso, chamamos de TCO (Total Cost of Ownership, ou Custo 
Total de Propriedade). Observe que sim, de fato o TCO de aplicações em RIA é 
maior do que de aplicações convencionais. Não somente pelas licenças, mas tb 
pq a mão-de-obra costuma ser mais... digamos... sofisticada.

Depois, mede-se o retorno mesmo. O líquido entre tudo o que se vendeu menos 
os custos envolvidos por venda (produto, logística etc.), e tudo o que se 
economizou. Para cálculos de economia, costuma-se fazer comparativos entre o 
online e o offline. Exemplo: se um atendimento online, via chat, custa R$ 
0,07 por pessoa para a empresa, e um atendimento via 0800 custa R$ 2,00, 
pode-se considerar aí uma economia de R$ 1,93 por sessão. Claro, 
considerando que todas as sessões sejam positivas e que o usuário saia 
satisfeito. Caso contrário, costumamos aplicar um cálculo de paridade - mas 
aí é outra história.

Como as taxas de uso de aplicações e de compra costumam ser maiores em 
aplicações de internet rica, o grande ganho fica aqui. é isso que mais tem 
me impressionado no conceito como um todo...

Mas, claro, para tanto, as aplicações precisam ser bem planejadas.

Finalmente, basta dividir o retorno pelo investimento. Estou, de fato, 
desconsiderando coisas como custo de capital e assim por diante. Os 
economistas que me perdoem.... mas às vezes a forma simplificada é a mais 
prática, e os resultados finais não chegam a ser tão diferentes.

Essa divisão te dará um número que pode ser expresso em %. Quando essa taxa 
atingir 100%, o projeto se pagou.

Considera-se que o ideal de um projeto de Internet é que ele se pague entre 
o 6o e o 11o mês. No caso de uma Intranet, como envolve aumento de 
produtividade de funcionários (sempre a maior economia que se pode fazer em 
uma empresa), esse período cai para o 2o a 4o mês.

Abs,
Ricardo Almeida

----- Original Message ----- 
From: "Irapuan Martinez" <ira AT hypergraph.com.br>
To: "Ricardo Almeida" <ralmeida AT i-group.com.br>; "Arquitetura da Informação 
em Português" <aifia-pt AT lists.ibiblio.org>
Sent: Tuesday, December 14, 2004 7:51 PM
Subject: Re: RIA - Rich Internet Application


At 17:32 14/12/2004 -0200, Ricardo Almeida wrote:
> Mas, respondendo a sua pergunta sobre mensuração de boca-a-boca....

Se alguém não acompanhou, a íntegra da mensagem se encontra em
https://lists.ibiblio.org/sympa/arc/aifia-pt/2004-December/000606.html

Obrigado pela explicação, Ricardo. Realmente eu nunca havia pensado na
possiiblidade de se medir boca-a-boca, dado o meio caótico aonde ela
ocorre. Como toda forma de estatísticas, ela é baseado em amostragens, não
no universo completo - eu deveria ter observado desta maneira.

Deixei de acreditar em estatísticas depois de ver que o IE, pior browser do
mercado, ter 90% de preferência. Sinal que fatores externos (o monopólio)
puxam os números para terrenos terríveis. Assim como não há como mensurar
quem de fato opta pelo IE de quem apenas é vítima do monopólio, guardo
receio ao investigar números, pela chance de me escapar algum detalhe que
contamina a pesquisa.

Ok, "deixar de acreditar" é por demais. Então dependo de analisar o método
de pesquisa para certificar se a interpretação pode de fato ser próxima da
realidade. E tentar enxergar a maior quantidade possível de fatores que
poderiam contaminar os números.

Métrica de pesquisa é coisa melindrosa. Vide as eleições recentes,
americana e brasileira.


> Por isso que insisti no assunto, Irapuan - a nossa principal ferramenta de
> trabalho aqui é métrica. E essa é apenas uma de uma série de delas que
> utilizamos.... Ou seja: a comprovação prática vem em primeiro lugar. Depois
> vemos e revemos a teoria, as opiniões, os paradigmas e assim por diante...

Fico feliz que vocês abordem pele métrica. Deus sabe quanto os projetos on
line necessitam disto, afim de justificar o investimento.

E Deus sabe também como o Flash pode sair caro, comparado com o HTML. Caro
para produzir (licenças de software/servidores, hora do profissional
inflacionada), caro para servir (banda para streaming de elementos
multimídia) e caro para acessar (mais bytes para download / mais tempo on
line).

Deixa de ser caro, se o investimento é pautado por números que asseguram o
retorno. ROI, como sempre.

O que é levado em consideração quando se calcula o ROI do RIA?

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