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aifia-pt - Re: [AI] Filosofando AI

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Subject: Arquitetura da Informação (em Português)

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  • From: "ale nahra" <alenahra AT gmail.com>
  • To: "Arquitetura da Informação (em Português)" <aifia-pt AT lists.ibiblio.org>
  • Subject: Re: [AI] Filosofando AI
  • Date: Tue, 4 Nov 2008 13:35:01 -0200

Estou adorando essa discussão.

Concordo com o Agner, quando ele diz que para as empresas não é interessante deixar que o usuário mexa na estrutura das suas informações. Concordo também com o Fred, que ilustrou com exemplos como essa participação do usuário pode acontecer. Eu acho que tem lugar para as duas coisas. As estruturas planejadas pelas empresas podem conviver com a organização quase "pessoal" de alguns usuários que porventura desejem fazer isso. Sistemas de classificação, por exemplo, não precisam ser únicos.

Isso poderia se dar com a utilização de tags pelos usuários (folksonomia). Acho que o Flickr é um bom exemplo de estruturas fixas convivendo com classificação de conteúdo pelos usuários, proporcionando maneiras customizadas de recuperação da informação.

E já acontece bastante se pensarmos em "cross-site", ou seja: com tageamento, classificação, bookmarks, RSS, o usuário hoje pode filtrar as informações que quer receber, e não precisa nem entrar nos sites das empresas. Ele não precisa taguear o conteúdo no site da Petrobrás, mas se tiver ali um RSS, vai poder receber aquele conteúdo da maneira que quiser (netvibes, igoogle, etc).

Como disse o Morville no último AI Summit (no post que o Fred citou): "a arquitetura de informação do futuro (pelo menos do futuro próximo) parece contemplar, na opinião de Morville, a habilidade criar uma camada de estrutura para o conteúdo e classificação criados pelo usuário. Ou seja, deixar o usuário criar conteúdo e classificações ("be messy, experiment the whole data thing"), e depois organizar isso e otimizar as formas de apresentação e de busca ("help people refine what they are doing")."
http://www.typewriter.com.br/drupal/drupal-6.0/node/9

Eu acho que o AI é ombudsman do usuário ao mesmo tempo em que é guardião do alinhamento à estratégia de negócios. O AI tem que ser o cara que define como apresentar o conteúdo da maneira que faça mais sentido para o usuário e ao mesmo tempo represente a estratégia da empresa - que afinal é quem paga a conta.





2008/11/4 Emerson Niide <emersoncn AT gmail.com>
Acho que às vezes essa história de personalização é uma pouco exagerada. Muita gente não arruma nem o relógio do microondas, por que vai personalizar um site? Talvez os feeds dum iGoogle da vida, pode ser.

Agora, já que o Agner citou que uma Petrobras etc não vai querer que as pessoas mexam na organização de seu conteúdo, fico pensando também: por que alguém ia querer fazê-lo?

- Olha, entrei no site dessa empresa pra ver os produtos, vou aproveitar e arrastar o menu pra cá e dar uma tag pra isto. Soa improvável...

Me lembra um pouco os primórdios da Internet, em que você podia colocar seu nome e mudar a cor de fundo de qualquer site, mesmo que fosse o site pessoal do cachorro do seu amigo.

Às vezes isso me parece um pouco ir a um restaurante e indicar ao cozinheiro quais temperos ele deve usar. Ok, existe espaço pra isso - Spoleto que o diga -, mas não quer dizer que seja uma mega tendência obrigatória.

2008/11/4 Frederick van Amstel <usabilidoido AT gmail.com>
> não do modo ainda ingênuo como está sendo descrito aqui. Os AIs podem ficar
> tranquilos que sempre existirão portais corporativos e intranets a
> estruturar. A AI continuará tendo o seu papel essencial como uma advogada
> dos usuários.

Concordo que exitirá demanda para categorização profissional, mas essa
estória de AI ser advogada dos usuários é conversa fiada. Seu papel é,
como você deixa claro mais à frente, representar a visão da
organização de modo que seu poder seja mantido. Em alguns casos o
objetivo é facilitar o acesso à informação, em outros, dificultar.

> Imaginem se a IBM, a Microsoft, a Petrobras, o Itaú/Unibanco,
> a Vale, as instituições do governo brasileiro ou americano vão deixar algum
> dia os usuários da web classificarem as suas informações?

Na verdade isso já está acontecendo, independente destas organizações
quererem ou não. Várias vezes os blogueiros se organizaram para
categorizar certas páginas de um modo a obter efeitos jocosos na busca
do Google. Não me lembro de um exemplo real, mas algo como digitar
"péssimo sistema operacional" e aparece a página oficial da Microsoft.

Vale ressaltar que AI não se resume à grandes organizações. Geralmente
estas são as últimas a se atualizar, quando são forçadas pelo mercado.

A IBM por exemplo em 2004 anunciou experimentar folcsnomia em sua Intranet:
http://thecommunityengine.com/home/archives/2005/03/ibms_intranet_a.html

> classificação/apresentação da informação é uma prerrogativa do poder, sobre
> o qual dificilmente as organizações podem abrir mão. Independentemente de
> existirem nichos específicos (as aplicações ditas "web 2.0", por exemplo) em
> que isso será não só desejável, como pode se tornar o próprio objetivo do
> negócio e do lucro da empresa. Mas isto dentro daquele contexto único e
> determinado. No mais, somente com uma profunda mudança cultural e política
> que, na melhor das hipóteses, ainda vai demorar algumas gerações para se
> completar. É aquela questão da mudança do paradigma, e este não está contido
> só na tecnologia, está principalmente na cabeça das pessoas e nas estruturas
> sociais.

Eu acho que estamos em curso acelerado nessa mudança cultural. Prefiro
não deixar minha barba de molho e aproveitar às novas oportunidades
que a mudança está proporcionando.

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