Arquitetura da Informação (em Português)

["edson rufino" <edson.rufino AT gmail.com>]

bom dia a todos,

antes de mais nada, gostaria de me apresentar.  meu nome é edson
rufino de souza e trabalho como arquiteto da informação e designer de
interfaces aqui na multirio - empresa municipal de multimeios.

gostaria de dar meu depoimento, já que eu atualmente estou atuando em
um projeto de um grande site de conteúdo da casa e desde o início
tenho trabalhado com o editor do web site, o que tem sido uma
experiência muito produtiva.

a minha visão da arquitetura da informação não suprime o editor,
simplesmente porque não tenho faculdade de comunicação, e também
porque não pretendo cursar uma.  assim, não penso que sejam
atribuições minhas, por exemplo, decidir as matérias que serão
veiculadas no web site que estamos reformulando, quais temas serão
abordados ou qual será o texto de maior destaque.

mas a tal visão estruturalista citada no artigo, exagerada ou não,
permitiu que eu, através de uma análise cuidadosa do conteúdo do web
site diagnosticasse seções com conteúdo redundante, outras
estruturadas de forma confusa.

a partir desta análise, que foi apresentada ao editor do web site, uma
das principais seções diminuiu o número de subseções de dez para
quatro.  no referido caso, a redundância não veio apenas de decisões
editoriais, mas de algumas limitações do sistema utilizado e de
decisões hieráquicas superiores, anteriores à minha entrada na
empresa.

não entrarei no aspecto da hierarquização dos elementos em tela, já
que não parece ter sido o foco do artigo, e me focarei apenas na
questão das estruturas de informação e  navegação.

a primeira, na minha concepção pode e deve ser analisada de forma
estruturalista.  o editor pode tomar decisões de cunho autoral ou ser
obrigado a fazer alterações no que havia programado por questões
políticas.  estes fatores podem ter como resultado sites com áreas
redundantes ou inconsistentes.  tudo pode e deve ser debatido,
analisado e testado.  entendo o trabalho do editor como totalmente
importante, mas ele não deve ter o poder de decidir tudo de maneira
irrefutável.

até porque o arquiteto da informação não toma decisões pensando no que
gosta ou desgosta, mas em como se tornará mais fácil para o usuário
chegar até a informação que ele precisa.  e isso para pessoas muitas
vezes sem o domínio dos conhecimentos em informática é MUITO
importante.

no meu caso, o editor que tem trabalhado comigo entende o meu trabalho
exatamente desta forma.  percebe que não tenho qualquer intenção de
substituí-lo, mas de fazer a estrutura da informação do web site que
ele vai manter com sua equipe mais eficiente para eles e para nosso
público.

tanto a primeira análise de conteúdo como os desenhos da atual
estrutura de navegação e da nova que estamos propondo foram discutidos
com o editor e muitos comentários feitos por ele, relativos aos
aspectos editoriais e de viabilidade de manutenção, foram essenciais
para a evolução do projeto.

enfim, concluindo para não mais me estender, eu como um a.i. percebo
que o editor não morreu, como o texto propõe que defendamos.  também
não parece ser opinião do editor com que trabalho que eu queira roubar
o seu lugar.  então, parecem-me um pouco equivocadas muitas das
considerações feitas no referido artigo.

acredito que todos tem sua importância dentro do processo, e não há
necessidade de se questionar o papel de uma parte ou de outra, mas de
buscar afinar o relacionamento entre elas para otimizar os resultados,
para o bem da empresa e do usuário, que é quem importa no fim das
contas.

um abraço,

--
edson rufino de souza
design de interfaces | acessibilidade
usabilidade | arquitetura da informação
web: www.edsonrufino.com.br
tel: +55-21-93857312