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aifia-pt - Re: [AI] Sobre o foco no usuário

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Subject: Arquitetura da Informação (em Português)

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Chronological Thread  
  • From: "ricardonm AT gmail.com" <ricardonm AT gmail.com>
  • To: "Arquitetura da Informação (em Português)" <aifia-pt AT lists.ibiblio.org>
  • Subject: Re: [AI] Sobre o foco no usuário
  • Date: Wed, 14 Nov 2007 12:53:55 -0200

 
Olá ; - D

Não acredito que a arquitetura da informação sempre depende da usabilidade.
Passamos por um fenômeno muito maluco hoje e a internet tem grande parcela de culpa nisso.
O mercado está passando de "mercado de massa" para "mercado de nichos" ( The Long Tail, 2004 - Chris Anderson ).
Algumas vezes, pode acontecer de você projetar interfaces para nichos
que fazem parte do seu universo. Nesse caso, como bem colocou a Elisa,
você faz parte também desse público. Portanto, não há necessidade de realizar testes de usabilidade. 
Você saberá quais são as tarefas mais importantes que esse público tem que realizar e terá
acesso livre na coleta de informações sobre tarefas que estão difíceis. É raro um caso
desses acontecer na sua vida profissional, óbviamente. Mas pode acontecer. Mesmo assim,
um teste nunca é uma má idéia...

Tem outros casos que também deixam a Ai sem dependência alguma dos testes de usabilidade.
"Emotional Design" de Donald Norman, sócio de Jakob Nielsen, apresenta características de três tipos 
de design: a) viceral, b) comportamental, e c) reflexivo. No caso, o tipo de design que de fato
requer a usabilidade, é o comportamental, pois tem o único objetivo de fornecer interfaces para realização de tarefas.
Esse tipo de design é o mais solicitado pelo mercado.

O design viceral e, principalmente o reflexivo, tem ligação com concepções artísticas. Portanto, é arte!
Poesia concreta, por exemplo, é arquitetura da informação ? Na minha opinião sim.
Se você faz uma "arquitetura da informação" reflexiva ou viceral, nunca vai querer
submeter sua criação a um teste de usablidade. Tudo depende da intenção.   
 
O ideal, na minha opinião, Ã© a medida certa das duas coisas. Você se inspira, você cria de acordo com as suas intuições,
você testa quando precisa. A intuição e o processo criativo não podem ser deixados de lado de maneira alguma,
mas precisam ser exercidos a partir de conhecimento adquiridos que passam pelas heurísticas, pelos estudos de perfil de usuários,
pelo conhecimentos das necessidades de uso, etc.. Se o público é distante da sua realidade ou se você está
fazendo um trabalho reflexivo ou viceral, ou se o trabalho é comportamental e o público é distante da sua realidade.
Todos esses pontos devem ser analisados na hora de ver se você precisa ou não de um teste de usabilidade.

Não acho que o especialista e, Arquitetura da Informação é o "Ombudsman" do usuário. Acho que o 
analista de usabilidade é quem deve fazer esse papel.  

abs, rm
 


 
On Nov 14, 2007 7:51 AM, Amyris fernandez <amyris AT gmail.com> wrote:
Andressa,
 
Sou professora e evangelista de usabilidade há cerca de 10 anos.  Minha formação é tanto acadêmica quanto prática.  Tenho mestrado nos USA e doutoradosanduíche Brasil-Dinamarca (jogabilidade de games dentro de celulares).
 
Nosso mercado acordou faz muito pouco tempo e o estudo da AI/Usabilidade/DI , que deveria estar na disciplina de IHC, ou calcada nela, aqui no Brasil está calcada no "bom senso" de profissionais, geralmente usuários heavy users.
 
Falta ao mercado a chance de ter cursos de formação superior na área. Meus parceiros de negócios estrangeiros todos todos todos tem doutorado na área, o que significa que eles sabem os princípios teóricos que devem norteá-los, sabem criticar novos princípios ou coisas que são ditas, mas não podem ser provadas cientificamente.
 
AI depende de testes de usabilidade para testar o usuário usando de verdade o material criado (seja papel ou protótipos outros). Só fazer uma boa AI não dá....e só fazer AI também é pouco hoje em dia.
 
 
Por essa razão, lancei a 1a Revista LatinoAmericana de UX: AI, U, DI.  É hora de fazer ciencia.
 
Abs,
 
Amyris

 
Em 23/10/07, Andressa Vieira <andressavieira AT gmail.com> escreveu:

Eu queria lançar uma discussão a partir do que vi nas palestras do encontro, especialmente na palestra do Charlley - "O arquiteto da informação é o ombusdman do usuário" - e na palestra do Guilhermo, que mostrou um perfil do arquiteto brasileiro revelando que muitos profissionais não se apóiam em bibliografias e nem em estudos de usabilidade para desenvolver seus projetos.

Enfim, fiquei curiosa em saber de onde vem a bagagem para se desenvolver aplicando o "foco no usuário" que foi tanto falado.

 

Resolvi trazer esta discussão pra cá porque diariamente vejo no mercado profissionais atuantes de AI repetindo achismos do tipo: "Não é necessário pensar num site para a resolução 800x600, todo mundo hoje em dia usa 1024" ou "Não é necessário ter link para home, todo mundo sabe que clicando no logo volta pra página inicial do site e também tem o breadchumb".

Estudo o comportamento de usuários há quatro anos e no dia-a-dia, vejo que esse senso comum dos desenvolvedores - geralmente heavy users - é distante da realidade dos usuários comuns: muitos não sabem nem responder no questionário de perfil qual resolução usam em casa; em relação ao atalho pra home, é comum ver usuários voltando vários passos pelo navegador para voltar a home ou digitando novamente o endereço do site, para ter acesso imediato a página inicial.

 

Claro que é importante oferecer atalhos para os usuários avançados, como complemento à navegação, desde que isso não atrapalhe a navegação para o usuário comum.

O que vocês pensam a respeito?


--
Andressa Vieira
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--
Amyris Fernandez
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Skype: amyris
MSN: amyris AT hotmail.com

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