Arquitetura da Informa��o (em Portugu�s)

[Michelle Dalmas Loeffler <michelleloeffler AT gmail.com>]

Desculpem a insistência mas o objetivo é a reflexão mesmo : )

Fiquei curiosa para entender mais sobre o assunto do Amstel, gostaria para entender a mecânica da agilidade, conforme o trabalho dele. Isso vai gerar um veio criativo grande se eu conseguir aprender.

Mas se não formos projetar coisas para as pessoas terem experiencias boas, o que vamos fazer então?

Desculpem minha "ingenuidade"... mas sempre acredito por um mundo verdadeiramente melhor, seja do nosso trabalho, seja do trabalho dos outros.... enfim... precisamos continuar motivados. Será que agilizar e montar coisas que não funcionam tão bem, é recompensador o suficiente para que continuemos motivados a trabalhar?

Enfim, esqueçam... o assunto já fugiu mesmo : )

abs,

Em 30 de setembro de 2011 10:40, Renato Costa <rctcosta AT gmail.com> escreveu:

Fred, você descreveu algo bem parecido com como a TI está trabalhando aqui na Copel.

Michelle, não vejo nem tanto essa questão do capitalismo envolvido. Foi o que o Fred falou, existe uma demanda gigantesca e para atendê-la precisa agilizar. Então o próprio usuário prefere um sistema meio tosco que funciona e que seja entregue rápido do que um "centrado no usuário" que demora mais tempo para ser entregue. E muitas vezes até funcionalidades são cortadas para reduzir o tempo de entrega.

É o que acontece com empresas que implantam CIS e ERP. Vale mais a pena se implantar o padrão. Se começar a customizar demais, aumenta custo e prazo.

Abs,
Renato Costa

Em 30 de setembro de 2011 10:30, Michelle Dalmas Loeffler <michelleloeffler AT gmail.com> escreveu:

Amstel,

Choquei em alguns trechos. Não acho que estamos construindo alguma coisa boa pensando só no capital. Nisso você também concorda. Acho que mais que nunca estamos em uma posição de transformar essa situação depreciativa da vida. Não podemos nunca esquecer que o capital serve para viver. Mas não estamos vivendo, estamos nos escravizando pelo capital. Nós enquanto, não somente profissionais, mas como pessoas do mundo, temos o dever de refletir que o capital não vai pra "cova" onde todos acabamos igualmente. É um dever nosso propor melhorias inclusive nessa situação que estamos. Agente nunca resolve os problemas, sempre estamos tentando remediar coisas mal feitas que fizemos ao longo da história. Continuar a cultivar o capital e depreciar a vida é uma delas.

 Fiquei curiosa em outros trechos. Gostaria de entender mais sobre o assunto.

Abraços

Em 30 de setembro de 2011 09:35, Frederick van Amstel <usabilidoido AT gmail.com> escreveu:

Carlos, permita-me discordar.

Os princípios básicos de agile development, SCRUM, XP, Kanban e outros não surgiram no desenvolvimento de software. São conceitos importados, principalmente, da indústria automotiva. Essas indústrias desenvolveram métodos ágeis para poder entregar o produto o mais rápido possível e diminuir o tamanho do estoque. Para quem gazeou as aulas de Geografia do Ensino Médio, o nome disso é just-in-time.

O just-in-time se deve à aceleração do capitalismo. Quanto mais rápido viera o retorno, melhor. Por isso os produtos de hoje são feitos mais rápidos, vendem mais rápido e quebram mais rápido do que os antigos. É claro que o único que se beneficia desse ciclo é o próprio capital e não as pessoas.

Agile development se deve à maturação das fábricas de software que, frente ao (óbvio) fracasso do taylorismo aplicado a software, tiveram que se adaptar. O resultado certamente não será software de melhor qualidade, e sim mais do mesmo. E isso não é visto como um problema, pois a demanda por aplicativos especializados baseados em padrões universais é gigantesca.

Eu acredito que as fábricas de software não vão dar conta da demanda por agilidade, que vai crescer ainda mais. Acredito muito mais no desenvolvimento localizado baseado em plataformas customizáveis. Esse movimento a indústria automobilística já fez há algum tempo, usando a mesma base com diferentes carcaças, peças compartilhadas, acessórios.

Uma das coisas que estou pensando em falar na palestra é sobre o papel do designer nesse contexto. Se ele tenta projetar todas as telas que saem da produção, ele vai estar sempre atrasado, empatando o trabalho de todo mundo. É preciso pensar a experiência do usuário num nível mais macro.

Um papel possível para o designer é projetar essas plataformas customizáveis. Inicialmente dentro da empresa, como patterns, toolkits, guidelines e posteriormente fora da empresa, como produtos modulares, DIY kits, treinamentos. O designer delega o design e se responsabiliza pelo metadesign.

Nessa perspectiva, o uso desses recursos por desenvolvedores sem formação em design pode ser considerado design também, mesmo que não haja uma metodologia. A metodologia é praticada por osmose pela interação com a plataforma.

Já vi algumas pessoas apontando esse caminho, mas poucos mostraram como fazer isso na prática. Por isso decidi fazer um doutorado para pesquisar esse fenômeno, que estou chamando de Design Livre.

Soa interessante?

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Michelle Loeffler
Designer   |   mloff.wordpess.com

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"Nosso sistema educacional ficou tão preocupado em medir os resultados que esqueceu de motivar as pessoas.” Charles Bezerra