Arquitetura da Informa��o (em Portugu�s)

[Robson Santos <interfaceando AT gmail.com>]

Olá, Bernardo e demais amigos da lista.

Permita-me uma breve introdução sobre terminologia. Em minha pesquisa
de mestrado (concluído em 2000) estudei profundamente a abordagem
heurística para avaliação de interfaces. Além disso, meus amigos,
alunos e ex-alunos sabem que eu tenho uma visão bastante conservadora
do uso de métodos e técnicas em usabilidade e UX.

Assim, para mim, falar em Avaliação Heurística significa evocar o
método estruturado por Nielsen e Molich no início dos anos 90. De
acordo com o proposto pelos autores, a Avaliação Heurística se dá com
um mínimo de três e um máximo de cinco especialistas em usabilidade.
Este número de avaliadores seria o suficiente para encontrar cerca de
85% dos problema maiores de usabilidade em um sistema ou interface.

Daí posso destacar três pontos:

1) de 3 a 5 ESPECIALISTAS EM USABILIDADE. Não é o desenvolverdor e o
chefe que vão avaliar, e sim pessoas que sejam extremamente
capacitadas que são recrutadas para realizar o trabalho, com base em
seu repertório técnico e conceitual.

2) 3 a 5 especialistas em usabilidade PARA ESTA TÉCNICA EM PARTICULAR,
pois existem técnicas que precisam de mais ou de menos participantes.

3) 3 a 5 especialistas em usabilidade para esta técnica em particular,
QUE NÃO FAZEM PARTE DA POPULAÇÃO USUÁRIA

Assim, saber a quantidade de pessoas para participar de sessões para
avaliar usabilidade (muito) da capacidade observacional e analítica do
pesquisador, depende (em boa parte) da técnica adotada e depende (não
se pode negar) do orçamento disponível.

Na pesquisa técnica, bem como na pesquisa científica (e tenho atuado
em ambas as frentes) nem sempre vale a lei do quanto mais tiver,
melhor. De que adiante uma montanha de dados coletados, muitas vezes
coletados de maneira equivocada, se não haverá pessoas disponíveis ou
mesmo capazes de fazer uma análise coerente.

De maneira similar, pesquisa técnica, bem como na pesquisa científica,
não vale a lei do menor esforço, dizer que é melhor entrevistar o
vizinho de baia do que não entrevistar pessoa alguma. O que falta,
percebo tanto pelo conteúdo quanto pelo tom de algumas discussões, é
entendimento de que método é composto por procedimentos que podem ser
reproduzidos da mesma maneira em cirscunstâncias similares. Usar um
método e chamá-lo por um nome significa, como tudo na vida, adotar m
partido, assumir uma posição.

Assim, Bernardo, agradeço por ter direcionado a pergunta para um foco
específico, o que facilita a exposição de conceitos e a troca de
idéias.

-- 
Robson Santos, D.Sc.
Usabilidade e Ergodesign
[92] 8407 0523
[92] 2126 1101
http://www.robsonsantos.com
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