Arquitetura da Informação (em Português)

["Fernando Aquino (Nandico)" <nandico AT gmail.com>]

Oi Andre,

Que pena, acho que tive sendo otimista, mas tem uma razão. Ano passado trabalhei num projeto de Portal Corporativo baseado em SOA onde era pregado justamente o contrário. Modelamos o portal do zero, com total apoio da equipe de TI e a orientação dos gestores de que a solução devia ser pensada partindo da interface, sob o prisma do planejamento prévio que haviamos feito. A parte de AI do projeto ficou fantástica e foi aprovada por todos (inclusive pelos caras da TI, que foram super permissivos). Rodamos até o Design, com a elaboração de um protótipo navegável (não-funcional), aí acabou a OS, recebemos o dinheiro e o projeto seguiu para a Fábrica de Software.

Tomara que quem ficou no projeto não o veja arruinado na hora de encaixar numa ferramenta qualquer dessas aí. Veja bem: não sou contra componentização e uso de ferramental especializado. Mas sou totalmente contra a dobrar sua necessidade real pra fazer caber dentro dos limites desses pacotes genéricos já prontos. Há de existir um ponto ideal no meio disso, mas só vejo projetos descambando para um lado ou para outro.

Da história de "não reinventar a roda" que escutamos todo dia, é uma pena que seja um caminho comum em TI as pessoas acharem normal tentar encaixar roda de Kombi em Ferrari e vice-versa... =)

Não sei o que vocês acham, mas ficar fazendo engenharia reversa de recurso pronto de ferramental pra colocar em Wireframe é serviço que desempolga um bocadão... Esse talvez seja um motivo daqui em Brasília a galera de arquitetura ser muito boa em AI para sites/hotsites, presença institucional, etc, e ter pouco AI de sistema/aplicações/portais corporativos/etc. O segundo tipo pega muito "trampo sequestro"... É muito difícil contratar alguém para uma vaga nesse perfil por aqui. 

Como funciona isso em outros mercados?

2008/3/11 Andre Malheiro <andre.malheiro AT gmail.com>:

fernando,

imho acredito que os frameworks de portal não serão menos utilizados por conta da arquitetura SOA.

essa arquitetura tem um impacto maior do lado da integração com serviços de terceiros e sistemas legados. mas tb implica numa série de soluções do lado da camada de apresentação (como soluções de portal) e de integração de processos de negócio (como soluções de BPM) que possam se comunicar com o service bus, que é essa camada de intermediação característica da arquitetura SOA.

a questão é que os grandes "promotores" da arquitetura SOA são os fornecedores de pacotes corporativos, que dispõem de soluções integradas para cada pedaço dessa arquitetura. a integração entre essas soluções é um dos principais benefícios vendidos por essas empresas.

então acho difícil um comprador resolver assumir o desenvolvimento de um portal por conta própria. redução de risco é o principal motor para os gestores de TI que contratam essas soluções. afinal, quem é o gerente de TI que quereria se arriscar, se já existe uma solução "pronta" (muitas aspas nisso aí) da empresa líder "xpto"?

a nossa atuação como AIs nesse mercado corporativo tende a ser condicionada ao que essas soluções possibilitam fazer e tb à solução dos problemas que elas contêm.

abraços.



2008/3/9 Fernando Aquino (Nandico) <nandico AT gmail.com>:

Oi Daniel,

Vejo com muito bons olhos o SOA. Na prática, nos projetos onde eu trabalhei, a arquitetura orientada a serviços tira o engessamento ferramental de quem prototipa as interfaces. Explico: antigamente se você precisava modelar um portal que rodava sob uma plataforma "x" (Oracle Portal, Lumis, MS Sharepoint, etc), o projetista ficava bem travado às possibilidades e estilos que essas ferramentas e seus componentes ofereciam.

Em SOA, em tese, acaba o rabo preso ferramental. Acho que, se tudo der certo, Portal Corporativo no futuro não vai ter cara da ferramenta que o implementa (como acontece hoje), e haverá mais trabalho para AIs que gostam desse tipo de projeto.

Abraços,

Nandico

2008/3/6 Daniel Ribeiro <danielmeloribeiro AT gmail.com>:

Olá pessoal,

Acho que SOA é o termo da moda no universo de TI. Segue um trecho do wikipedia:

"Service-oriented architecture - SOA ou ainda, em português, arquitetura orientada a serviços, é um estilo de arquitetura de software cujo princípio fundamental preconiza que as funcionalidades implementadas pelas aplicações devem ser disponibilizadas na forma de serviços.^[1][2] Freqüentemente estes serviços são organizados através de um "barramento de serviços" (enterprise service bus, em inglês) que disponibiliza interfaces, ou contratos, acessíveis através de web services ou outra forma de comunicação entre aplicações.^[3][2][4] A arquitetura SOA é baseada nos princípios da computação distribuída e utiliza o paradigma request/reply para estabelecer a comunicação entre os sistemas clientes e os sistemas que implementam os serviços. ^[5]

Além da perspectiva estritamente técnica, a arquitetura orientada a serviços também se relaciona com determinadas políticas e conjuntos de "boas práticas" que pretendem criar um processo para facilitar a tarefa de encontrar, definir e gerenciar os serviços disponibilizados.^{[6] [7]}

A arquitetura orientada a serviços também se insere em um processo de reorganização dos departamentos de tecnologia da informação das organizações, permitindo um melhor relacionamento entre as áreas que dão suporte tecnológico à empresa e as áreas responsáveis pelo negócio propriamente dito, graças a maior agilidade na implementação de novos serviços e reutilização dos ativos existentes. "

http://pt.wikipedia.org/wiki/Service-oriented_architecture

Gostaria de saber a opinião de vocês sobre a relação do trabalho de Arquitetura de Informação com essa metodologia. Sempre que converso com alguém de TI e digo que trabalho com AI, logo surge a pergunta: "ah, então você trabalha com SOA?" Isso me lembra também uma conversa que tive com o André Malheiro no EBAI sobre a aproximação dos nossos conceitos com a engenharia de software.

Tenho a impressão que o termo "arquitetura" leva a essa imediata associação (não que isso seja ruim, pelo contrário). Por outro lado, sinto-me mais confortável quando estou mais próximo do "design" do que da "engenharia".

O que vocês pensam?

Abraços,

--
Daniel Melo Ribeiro
http://www.danielmelo.net

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