Arquitetura da Informação (em Português)

["edson rufino de souza" <edson AT edsonsouza.com.br>]

caro cassiano,

infelizmente tenho que discordar de você.  penso de maneira diametralmente
oposta a você, mas não seria chato pensarmos todos iguais? :-)

em primeiro lugar, acredito ser importante lembrarmo-nos de um pequeno
detalhe: projetamos sistemas interativos que serão usados por pessoas.
assim, o processo de criação não é um pensar editorial: este deveria ser
direcionado, desde o início, pelo que o usuário quer daquele sistema e pelas
maneiras com que gostaria de interagir com o mesmo.

para mim que tenho estudado bastante o design centrado no usuário, foco de
um curso de pós-graduação em design de interfaces que estou cursando, soa no
mínimo absurdo ouvir falar em "'ditadura' do design centrado no usuário".
nós somos profissionais, e projetamos não segundo nossos desejos, mas para
atender a uma função, a uma necessidade.

as duas únicas ditaduras no processo projetual são o
design-centrado-no-cliente e o design-centrado-nas-minhas-idéias, que é o
caso dos designers-artistas.  como brinca um amigo meu: "design é muito
legal, o problema são as pessoas".  sem dúvida, tudo fica muito mais fácil
sem olharmos para quem vai usar o que estamos fazendo.

pensar no usuário é cumprir com nossa função e fazer com que usuários
interajam de forma eficaz e eficiente, proporcionando a ele uma experiência
realmente satisfatória.

é isso, que o debate cresça para que cresçamos junto com ele.

um forte abraço,

edson rufino de souza
design | acessibilidade | usabilidade

 

-----Mensagem original-----
De: aifia-pt-bounces AT lists.ibiblio.org
[mailto:aifia-pt-bounces AT lists.ibiblio.org] Em nome de Cassiano > MWeb
Enviada em: quinta-feira, 26 de maio de 2005 12:12
Para: Arquitetura da Informação em Português
Assunto: Re: RES: [AI] Re: AI pra que?

On 5/23/05, Marcelo De Polli <marcelo.polli AT gmail.com> wrote:
...
> Num artigo do mesmo Jesse James Garrett que você citou, 
> "ia/recon":http://www.jjg.net/ia/recon/, ele deixa bem clara a afinidade
entre o trabalho de editor e o trabalho do AI..

Oi, Marcelo e AIs,
Li o artigo no meio da semana, bacana. Embora o texto seja de 2002, parece
estar atual, ou seja, ele faz um grande esforço no sentido de definir o que
ele define como disciplina. O que mais me chamou a atenção a revelação de
seu "segredo":
"
I have hunches. Of course, it's not enough merely to have hunches.
They have to be good hunches. My hunches have to be better than the hunches
my clients have -- that's why they hire me. - "
Bem, o Garret está dizendo com todas as letras que o faro ou feeling de
editor (ou designer? ou produtor?) é o condutor do trabalho. Isso pra mim é
relevante, pois se contrapõe ao que parece ser quase uma "ditadura" do
design centrado no usuário e todas as ferramentas de controle criadas a
partir disso. Ou seja: o processo de criação é puro pensar editorial e de
design; e as ferramentas de controle não criam, apenas verificam e
direcionam ajustes, o que já é excelente.

[]s
C.

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