Arquitetura da Informação (em Português)

["Fabio Palamedi" <fabio.palamedi AT gmail.com>]

Ola =)

Voltando o debate pós-Ebai =)

Ricardo, achei bem interessante sua visão sobre as duas etapas em que acontecem a AI/UX. Mas, se vc levar em consideração o que o scrum "prega" sobre desenvolvimento "vertical", a etapa 1, seria a etapa "antes-scrum" ?

As vezes fico me pensando se o SCRUM, não deveria ser aplicado somente algumas etapas após o inicio efetivo do projeto (como escopo, arquitetura – software/funcional - do sistema, desenho do modelo da base, DAP, entre outras coisas. SCRUM tem se revelado muito bom no desenvolvimento. No planejamento, tenho minha duvidas =)

 

Concordo plenamente com o que a Marcia disse. A AI  precisa se "reinventar", e a idéia é essa mesma: como nós podemos contribuir significativamente para os projetos que utilizam essa abordagem.

 

Se levarmos em consideração que Ai tem boa parte do seu trabalho como pesquisa de soluções, para então entregar/criar soluções, em um método ágil, isso fica como? Acredito que alguns dos maiores problemas do Ai nesse contexto, é criar interfaces re-escaláveis, navegações consistentes, funcionalidades que não passem a impressão de terem sido "costuradas" em algum canto do corpo do frankstein que a interface vai virando. Só que alguem ai já ouviu aquele ditado que diz que "duas cabeças pensam melhor que uma"? E uma equipe inteira, interdisciplinar, com pontos de vista totalmente diferentes?

 

Caraca, fico empolgado em ouvir o que os outros membros da equipe acham ou pensam de alguma solução que eu dou em uma reunião de planning, e procuro sempre estar receptivo para novas idéias. Diversas vezes, me deparei com uma solução que um desenvolvedor deu, e que ficou bem melhor que a idéia que eu tinha tido. (as vezes dar um chute no ego, faz muito bem...rsrs, afinal, estamos sempre aprendendo, certo?)

 

Claro que, o Arquiteto de informação/Designer de interação, tem que ser um provedor de soluções no que fazemos de melhor, porque temos uma preocupação diferente do resto da equipe, mas nem por isso, devemos bater o pé e não ouvir o que os outros integrantes da equipe tem a dizer.

 

Uma vez, o Guilhermo mostrou um video, da Adaptative Path, onde, a pedido da BBC,   Dan Saffer mostrava a criação de um "carrinho de compras" para um supermercado (em  alguns dias). O que mais me impressionou, não foi o carrinho no final (porque ficou bem bonito estéticamente falando, prático e funcional ergonomicamente falando). O que mais me impressionou, é que eles tinham uma antropologa (se não me engano) na equipe. A multidisciplinaridade, já provou ser muito mais eficaz e eficiente para a produção de produtos inovadores e usáveis. E acho que os produtos desenvolvidos com SCRUM ganham muito com isso. A qualidade acaba sendo uma "conseqüência".

 

Outra coisa que impressionou, foi que todos deram propostas e soluções. Todos fizeram seus "desenhos", todos votaram. O produto final, foi um mashup do que cada desenho tinha de melhor.

Acredito que essa é a visão que o Arquiteto de Informação precisa ter, principalmente quando a gestão é SCRUM. Envolver as pessoas, não só no teste, mas na criação da solução. Voce aponta a direção, e todo mundo vai nessa direção, em busca da melhor solução. (nem preciso mencionar que vc precisa conquistar a equipe para isso, né =)

 

Falando assim, parece até poético, e da vontade de montar um blog...rs. Tenho procurado fazer isso, e os resultados tem sido ótimos. A documentação passou a  ser o que ela é: um documento, e não uma "bussola" que vai nos guiar quando nos sentirmos perdidos em uma funcionalidade. O processo de "criação" da funcionalidade, já aconteceu, todos participaram, todos sabem o que precisa e vai ser feito. A documentação formal, serve puramente para descrever o que a  funcionalidade faz, como funciona sistemicamente (o que ta conectado no que, em que banco, etc), e a referência da interface (como as coisas devem se comportar na tela).Se for preciso criar uma nova funcionalidade a partir dessa já criada, não precisaremos re-inventar a roda, porque não sabemos com ela foi feita. Muito rabisco-frame (direitos autorais do rabisco-frame para a Ju Gaiba xD ), muito pincel e quadro-branco, foto no celular e voi-a-lá!

 

Então, porque muita gente tem encontrado problemas em trabalhar com o danado do SCRUM?

 

"O problema está nos profissionais? No mercado ou nas empresas? É cultura? São n fatores para n casos."

 

Hugo, particularmente acredito que o "problema", é tudo isso que vc falou: Mercado, profissionais, cultura. O mercado acha que SCRUM é a "bala de prata" que vai solucionar todos os seu problemas ao estilo "seu creisson – Seus probremas si acabariam"...., Os profissionais envolvidos muitas vezes tem dificuldades em lidar com uma infinidade de fatores (pessoas são complicadas né..rs) e a cultura, é um problema (nacional – digamos assim xD)

 

Como disse a Karine, a gente tem mesmo a mania de complicar, e querer fazer as coisas do jeito mais difícil. O mercado, não importa o que façamos, ele sempre vai ser o que é, os profissionais sempre terão problemas em se adaptar e trabalhar com metodologias e empresas sempre terão problemas culturais. Mas, com muita calma, educação e re-educação, tudo isso pode ser contornado.

 

Como disse a Leticia, e assino em baixo, métodos  são feitos por pessoas. Quem desenvolve o produto final, no final das contas, são pessoas. E as pessoas podem ser educadas, compreendidas, entendidas, envolvidas e criativas........

 

Concordo com o Ricardo: Nem todo projeto pode ser desenvolvido com SCRUM.. é preciso ter maturidade para saber onde pode ser aplicado uma metodologia ágile.

Bom, o fato é que o mercado brazuca ta aprendendo/descobrindo o SCRUM ainda. A maioria dos casos, tem menos de um ano. Mas, apesar de menos de um ano, os resultados tem se apresentado de maneira muito satisfatória.

A grande "sacada" do SCRUM, é o processo de comunicação estabelecido. Todo mundo tem que falar, participar, se envolver. Diferente do "cada um por si e Deus contra todos"....rs.
E, sinceramente, eu acredito que o SCRUM, pode ser aplicado em agencias sim. É só uma questão de cultura organizacional.Ou será que é tão difícil assim se comunicar com as pessoas???  rs

=)
Obrigado a todos pelo excelente debate. vamos em frente!

[],s
Fabio Palamedi


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