Arquitetura da Informação (em Português)

[Cid Boechat <cidboechat AT gmail.com>]

Acho que vou chover no molhado, mas vamos lá:

Até porque a gente na maioria esmagadora das vezes não projeta o que o usuário pediu, a gente projeta o que o cliente pediu de uma forma que seja o mais natural, confortável, prática (etc.) o possível para o usuário. E nem sempre contando com todas as condições ou boa vontade política para realizar uma senhora pesquisa. Como o Érico falou, na prática é outra história...

O Kramer citou várias variáveis, mas é bom lembrar que o cliente é uma variável importantíssima que sempre tem que ser levada em conta.

Afinal, não adianta focar numa experiência excelente pro usuário e esquecer que é preciso verder e representar bem o produto do cliente. E as duas coisas nem sempre andam juntas ou são uma consequencia da outra.

Abs,

Cid

2011/7/14 Érico Fileno <efileno AT gmail.com>

Carlos,

Na especialização em Design Centrado no Usuário (Curitiba) utilizamos o design de interação como um caminho viável para aplicação dos conceitos de DCU na criação e desenvolvimento de produtos e serviços inovadores. E utilizamos os conceitos da teoria da atividade, análise interacional, método etnográfico e outros nos módulos do curso.

Essa "falsa percepção de que DCU é apenas e tão somente projetar o que o usuário pediu" é muito difundida...concordo contigo. Mas isso vem muito da falta de conhecimento e estudo sobre o assunto. Vivenciar o DCU na prática, com projetos reais e para clientes reais nos ajuda a criar esse bom senso de qual conceito aplicar em determinado projeto. Isso só vem com a experiência no tema....não se aprende lendo blogs!

Design é trabalhar com a incerteza e com a complexidade nos projetos...E existe coisa mais complexa e incerta que nós seres humanos?

Abração

Érico Fernandes Fileno, M.Sc.
Interaction Designer
http://www.ericofileno.com.br
@efileno

2011/7/14 Carlos Kramer <kramer.carlos AT gmail.com>

Érico, Fred,

Obrigado pelas indicações. Cheguei a ler o artigo de esclarecimento logo depois do artigo principal. Falei em usar o artigo com moderação porque entendi que o Norman não estivesse realmente sugerindo abandonar toda e qualquer prática de design centrado em usuários, como pode acabar sendo interpretado.

Acho que o positivo no artigo é dar uma balançada numa falsa percepção de que HCD é apenas e tão somente projetar o que o usuário pediu. Um bom produto leva em conta o que um ser humano pode fazer ou ser (potencialmente), não só o que ele já faz ou é. Ou seja, um design inovador normalmente atende a uma necessidade latente.

O certo é que não se resolve isso sem olhar para as pessoas, com ou sem métodos formais (já que Norman sugere que muitos produtos bem sucedidos não passaram por processos formais de design). Na melhor das hipóteses, é necessário ter pelo menos um bom insight sobre pessoas, suas relações sociais e suas atividades. O que me atraí no approach do Design de Interação, entre todas as outras áreas e abordagens que lidam com a experiência do usuário, é justamente não ignorar nenhuma dessas variáveis: pessoas, relações interpessoais, atividades e relações com a tecnologia. 

Abraços,

Carlos Krämer

Interaction Designer at Intelie

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Em 14 de julho de 2011 10:43, Érico Fileno <efileno AT gmail.com> escreveu:

Essa coisa de "pessoas dando novos nomes para coisas conhecidas sem
citar a fonte, para parecer que é criação dele" é bem comum no nosso
meio. Vejo bastante isso!

Carlos, vale uma lida no artigo seguinte: http://www.jnd.org/dn.mss/hcd_harmful_a_clarification.html

Mas trabalhar o Human-Centered Design (HCD) não é uma visão limitada
do design, como o Norman escreve no artigo. O artigo dele que é
limitado (e um pouco atrasado). Ele trabalha como se Activity-Centered
concorresse com  Human-Centered. Ele se esquece se retirarmos o
elemento Humano, deixamos de fazer design.

Trabalhar a Teoria da Atividade ou outras teorias e práticas, como
análise interacional, método etnográfico, observação participante,
etc...no fundo corroboram com o HCD, pois o elemento humano continua
sendo observado e levado em conta quando se trabalha o design desse
sistema (produto/serviço).

O HCD ou Design Centrado no Usuário - utilizando a metáfora do navio -
comporta todas essas teorias e práticas (focadas nas pessoas)
embarcadas.

É essa minha visão...
Abs.

Érico Fernandes Fileno, M.Sc.
Interaction Designer
http://www.ericofileno.com.br
@efileno

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