Skip to Content.
Sympa Menu

aifia-pt - Re: [AI] erros na fase de arquitetura - dúvidas primárias :P

aifia-pt AT lists.ibiblio.org

Subject: Arquitetura da Informação (em Português)

List archive

Chronological Thread  
  • From: "MAQ" <maq AT bengalalegal.com>
  • To: Arquitetura da Informação (em Português) <aifia-pt AT lists.ibiblio.org>
  • Subject: Re: [AI] erros na fase de arquitetura - dúvidas primárias :P
  • Date: Wed, 4 Jun 2008 15:07:56 -0300

 
 
Olá a todos.
 
A palavra acessibilidade é muito pouco utilizada nessa lista, aliás, em qualquer lista. Também, em geral, de todos os sites e blogs de AI e usabilidade. A primeira pergunta que me faço é em que público alvo os arquitetos de informação, os projetistas, os colegas da usabilidade encaixam as pessoas com deficiência. A outra pergunta é o que consideram como sendo acessibilidade.
 
Alguns dos amigos já fizeram testes de usabilidade com pessoas cegas, com pouca destreza manual, surdas, de visão cansada ou mesmo com celulares?
 
Em princípio, quase somos invisíveis, como se não existíssimos. Não é só por conta do AI, dos criadores dos testes de usabilidade, mas com a  ajuda do próprio cliente.
 
Por exemplo, os bancos. Alguns bancos possuem recarga de celulares e fico me perguntando se a própria recarga é acessível a celulares. Não somos um público tão pequeno de consumidores. A  vivo lançou, há pouco tempo, um celular com leitor de tela, o Nókia e65. Foram 1000 aparelhos vendidos no Brasil em 1 mês de lançado. Alguns amigos meus, que já possuíam celulares adaptados, chegaram a comprar o novo da Vivo devido a sua qualidade. Tenho amigos que possuem palmtops e celulares. A VIVO acreditou nas pessoas com deficiência como consumidoras, apesar do seu site não ser acessível na medida que deveria.
 
A lei de cotas brasileira obriga a cada empresa com mais de 100 funcionários a 2% deles serem com deficiência, com mais de 500 funcionários, 3% e,  finalmente, com mais de 1000 funcionários, 5%. Isso acontece desde 1991, ano da promulgação da lei. Com ela, o mercado de trabalho foi abrindo as portas, se não por reconhecerem a capacidade das pessoas com deficiência mas, em alguns casos, por serem obrigadas a isso.
 
Dessa forma, um número incrível de pessoas das mais diversas deficiências entraram no mercado de trabalho, passando a serem consumidoras de serviços, produtos e entretenimento. No entanto, o mercado ainda desconhece o fato, ou seja, não se ligou que estamos no mercado de consumo e com dinheiro próprio para isso. Na verdade, isso já acontece a mais tempo. Antes da lei, e assim ainda acontece, pessoas com deficiência têm negócio próprio, são advogados, psicólogos, administradores, analistas de sistemas etc. A pessoa com deficiência escondida em casa e sobrecarga à economia da família está começando a mudar de cara. Mesmo essas, ainda que escondidas, são consumidoras. Pelo simples fato de existirem, consomem. Ainda aquelas que, envergonhadas de suas deficiências, que não se apoderaram bem de suas próprias vidas, já começam a frequentar chats, navegar pela internet a procura de passar tempo, de conversar, de pesquisar, para poderem, ao pedir algo  para a família, já irem no endereço certo.
 
A internet tem sido um canal para o mundo. Mas, desenvolvedores, clientes, empresários ainda persistem que todos que visitam seus sites sejam pessoas padrão. A maior parte dos sites brasileiros são inacessíveis. Alguém aqui conhesse um daltônico? Só esses são 8%  de toda a população masculina em idade ativa (de trabalho). Eles podem arrumar a maior increnca visitando um site que se baseie em cores para, por exemplo, acionarem os itens com 10% de desconto na cor verde.
 
Bem, o mercado de consumo desconhece que  cegos compram livros para estudarem na faculdade, para seu entretenimento, ou mesmo que cegos assistam televisão. A maioria dos clientes nunca imaginam que pessoas com deficiência possam estar batendo  na porta de seu site para comprar seus produtos. Dessa forma, muitos de nós, pessoas com deficiência, acabamos por comprar tudo onde dá para comprar. A Submarino até pouco tempo era a única loja virtual que cegos conseguiam fazer compras. Acabou pegando, sem saber, todo o mercado das pessoas com minha deficiência, pois as lojas /Americanas, hoje do mesmo dono, eram inacessíveis.
 
Para que tudo isso?
 
Gostaria de chamar a atenção dos colegas da lista que acessibilidade, apesar da descrença, é comercial. Que o público foco da acessibilidade, apesar de ser as pessoas com deficiência, quando esta é realizada, atinge a todos.
 
Boa parte dos desenvolvedores de sites, projetistas, sempre pensam no público padrão e, com isso, estão deixando de fora uma parte dos consumidores que vão procurar em outros sites aquilo que existe no deles. Que, no mínimo,  não é inteligente ignorar consumidores, sejam eles quais forem.
 
Muitos excelentes técnicos,  criadores e projetistas ignoram completamente o que é, como se faz, o que significa para seu cliente, acessibilidade  web. E não só essa: se um restaurante tem escadas e outro não, certamente um cadeirante não vai querer ser carregado no colo para almoçar. Que tal uma "rampinha" nele? No cadeirante não, por favor, no restaurante!
 
Acessibilidade web, arquitetônica, nas comunicações deve ser mais pensada. A  maioria dos bons técnicos trabalham com padrões web, primeiro passo para uma acessibilidade de verdade. Porque parar aí? Já que utiliza os webstandards, porque não os padrões de acessibilidade?
 
Abraços acessíveis e fáceis de usar do MAQ. 
***
Bengala Legal - Cegos, Inclusão e Acessibilidade: www.bengalalegal.com
Acessibilidade Legal - Sites Acessíveis para todos: www.acessibilidadelegal.com
***
P. S.: Você está recebendo um e-mail de uma pessoa cega. Isto é inclusão
digital! Comemore conosco.
Uma sociedade inclusiva é aquela que reconhece, respeita e valoriza a
diversidade humana.
MAQ - Rio de Janeiro - CEL: (21) 9912-0000.
***
----- Original Message -----
Sent: Wednesday, June 04, 2008 11:04 AM
Subject: Re: [AI]erros na fase de arquitetura - dúvidas primárias :P

Oi todos,
isso é uma evolução constante. Conforme o tempo e o tipo de projeto vou adaptando o que já aprendi.
Concordo com o Fernando que o primeiro passo é informação. Costumo entrevistar os envolvidos passando pelo usuário, desenvolvedor, gerentes das áreas abordadas, designers, geradores de conteúdo,  pessoas que trabalham em situações similares...

Nas conversas procuro entender como eles utilizam produtos/sites/sistemas similares e o que esperam do que será desenvolvido.
Com estes dados é possível entender e dimensionar o projeto de forma geral.

Espero que ajude e sucesso!

--

[]'s
PatyZisman



2008/6/3 Fernando Lima <fernandolimajr AT gmail.com>:
Gabriela,
 
Concordo com o pessoal e só queria acrescentar alguns pontos.
 
Não há um padrão para como você deva proceder, tendo em vista que as fronteiras da AI são pouco nítidas. Você deve, a meu ver, defini-las junto com as outras pessoas que fazem parte da empresa.
 
Lembre-se que o Arquiteto não é somente o que faz os wireframes. Tente envolver as pessoas no planejamento estratégico que subsidia os wires. Lembra dos objetivos do site e de seus clientes, das necessidades dos usuários e não reinvente a roda se o projeto não for se beneficiar.
 
O Arquiteto, além das habilidades técnicas, deve ser um bom agregador. Comunique-se com todos. Você deve se alimentar de informação antes de iniciar qualquer coisa mais prática.
 
Por fim, desejo sucesso na sua nova empreitada. É um desafio grande, mas recompensador.
 
[]´s

. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Ao responder, elimine o texto não essencial
de mensagens anteriores e evite formatação.

Lista de discussão AIfIA-pt
AIfIA-pt AT lists.ibiblio.org
Arquitetura de Informação em Português
http://lists.ibiblio.org/mailman/listinfo/aifia-pt





. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Ao responder, elimine o texto não essencial
de mensagens anteriores e evite formatação.

Lista de discussão AIfIA-pt
AIfIA-pt AT lists.ibiblio.org
Arquitetura de Informação em Português
http://lists.ibiblio.org/mailman/listinfo/aifia-pt

__________ Informação do NOD32 IMON 3153 (20080602) __________

Esta mensagem foi verificada pelo NOD32 sistema antivírus
http://www.eset.com.br




Archive powered by MHonArc 2.6.24.

Top of Page