Arquitetura da Informa��o (em Portugu�s)

[Renato Monteiro <renato.renatomonteiro AT gmail.com>]

Parabéns, Feliphe!

Esta talvez tenha sido a abordagem mais realista colocada até agora. Eu venho acompanhando a lista há pouco tempo e estou ainda iniciando na disciplina, mas uma das coisas que eu tenho percebido é justamente este embate com os clientes e, como você mesmo falou, talvez seja mais difícil convencê-los da importância estratégica da AI se insistirmos em usar o léxico pertinente à nossa área e nos restringirmos à nossa perspectiva da situação. Ora, se a atividade ainda é recente no Brasil, como esperar que os empresários daqui conheçam e, consequentemente valorizem, o que fazemos?
Sempre defendi que o que devemos fazer, em vez de reclamarmos da falta de compreensão sobre a atividade, é justamente nos esforçarmos para falar a linguagem dos negócios. É bom ver que não estamos sozinhos nessa luta. 

Mais uma vez, parabéns!

[]'s

Renato Monteiro

2009/12/1 Feliphe Lavor <feliphelavor AT gmail.com>

Pessoal,

Apresentei um estudo de caso no Interaction nesse final de semana que passou próximo desse tema. Resumindo, o nosso cliente queria que mapeássemos uma Arquitetura de Informação macro para toda a empresa, que fosse diretriz para o planejamento estratégico da organização. Muito interessante a idéia, mas ao mapearmos os riscos do projeto vimos que havia um excesso de informação e muitas sub-culturas antagônicas dentro da empresa. Se não lidássemos com esses pontos seria difícil elaborar uma AI que atendesse aos diversos modelos mentais existentes no cliente. Para evitar isso decidimos fazer todo o processo de levantamento do projeto representando o negócio através de infográficos, até chegar na cadeia de valor que orientou a arquitetura proposta. Graças a esse processo tudo correu bem, e esse infográfico acabou sendo um dos entregáveis mais importantes do projeto. Para quem se interessar a apresentação do interaction está aqui: http://tinyurl.com/ycaq344.

Vocês podem ver que falamos de coisas como planejamento estratégico, culturas organizacionais, identificação de riscos de projeto e cadeia de valor. Talvez esses não sejam termos muito habituais em projetos de AI, mas é a língua que o cliente (principalmente corporativo) fala. Não mapeamos nenhum processo, apenas organizamos a informação que já existia de forma que ficasse amigável para o cliente e para nós mesmos.

Pensei que fosse interessar ao pessoal do congresso, mas quando acabei de falar ficou um silêncio na sala que quase dava para escutar as moscas :) Até que o amigo Carlos Gustavo (valeu Carlos!) tentou dar uma ajuda e fez uma pergunta. Mas não foi suficiente, o pessoal não se animou. Fiquei pensando que apresentação tinha sido horrível.

Depois pensei melhor e - não excluindo a possibilidade da apresentação realmente ter sido ruim :) - achei que talvez esses tópicos não fizessem parte da realidade de trabalho das pessoas que estavam ali. Talvez a gente fique falando muito de “educar o cliente”, “educar o mercado”, mas nós mesmos não estamos estudando a teoria organizacional gerencial, nos restringindo demais às próprias teorias de AI. Nada contra, acho fundamental esse estudo, mas talvez seja mais fácil mostrar a importância “estratégica” de Arquitetura de Informação para o mercado se entendermos melhor o que de fato significa estratégia na perspectiva do cliente, e não apenas da nossa.

Bom... só para alimentar a discussão :)

Abraços,
Feliphe

2009/11/30 Luiz Agner <luizagner AT gmail.com>

Oi, Leticia!

Agradeço sua participação nesta discussão, que está ficando boa...

Você disse que:

- Não existe um entregável mais importante que outro; o que existe são tipos de entregáveis, que variam de acordo com a estrutura e recursos envolvidos: prazo, escopo do projeto, time etc.

Então você vai gostar deste texto onde Glen Doss fala justamente sobre selecionar os entregáveis a partir dos seus requisitos de projeto.  -  http://www.gdoss.com/web_info/information-architecture-deliverables-2.php

ats
Agner

2009/11/27 Leticia Cianconi <lecianconi AT gmail.com>

Luiz, blza?

Primeiramente, as pessoas da lista tem pouco a dizer porque em geral os assuntos aqui são tão toscos que a maioria deve passar batida em tudo. Além disso, uma lista funciona como qualquer outro ambiente colaborativo: poucos contribuem, muitos lêem. Nenhuma surpresa.

Quem disse que é "um entregável considerado o mais importante da Arquitetura de Informação"? Vc está se baseando em que para fazer tal afirmativa? Unicamente no livro do urso polar? Não concordo com afirmativas deste tipo, tenham sido elas ditas ou escritas por quem quer que seja.

- Não existe um entregável mais importante que outro; o que existe são tipos de entregáveis, que variam de acordo com a estrutura e recursos envolvidos: prazo, escopo do projeto, time etc. E sempre deve ser feita uma análise de quais documentos devem ser levados em conta na hora de apresentar o planejamento de AI ao cliente. Então, podemos concluir que o que existem são documentos complementares, que podem ou não agregar ao entregável final. O arquiteto pode fazer um estudo de mercado, um bench de funcionalidades etc e não necessariamente isto será entregue num documento formal para o cliente.

- Não existe AI sem estratégia de negócio, do mesmo jeito que não existe AI sem UX. Independente de ser entregue um documento formal ou não (seja lá qual for o documento).

- Quando falamos em um projeto longo, como um site que está sendo reformulado ou sendo feito do zero, os documentos complementares se fazem mais necessários. Em projetos menores, como melhoria contínua de sites e outros projetos digitais como mobile, hotsites para campanhas etc, um sketch pode ser o entregável final, baseado em conversas ou em uma reunião, por exemplo, sempre levando em conta o escopo, o prazo, o tipo de cliente, o grau de entrosamento da equipe envolvida etc. Em determinados projetos, o entregável pode ser uma análise competitiva, uma avaliação heurística ou um QA. Seja qual for o caso, isso não significa, de forma alguma, que o objetivo final, que é o projeto no ar com qualidade e atingindo os objetivos definidos, será menos estratégico do ponto de vista do negócio ou levará menos em conta a UX.

Abs
Leticia

2009/11/27 Luiz Agner <luizagner AT gmail.com>

Interessante o depoimento dos colegas que se manifestaram. Mais interessante ainda as pessoas da lista terem pouco a dizer em se tratando de um entregável considerado o mais importante da Arquitetura de Informação.

Lembro que o Relatório é a ponte entre a fase de Pesquisa e a fase de Projeto. É o quadro conceitual de alto nível para estruturar e organizar o website, e dá a orientação e o escopo para as fases mais detalhadas e caras da AI – Projeto e Implementação.

abs,
Luiz Agner

2009/11/26 Fernando Lima <fernandolimajr AT gmail.com>

Pessoal,

Antes de tudo preciso concordar com o Anderson Sales. É este tipo de tópico, iniciado pelo Agner, que tanto estava fazendo falta a meu ver.

Concordo, assim como o Bernardo e o Rafael, sobre uma abordagem estratégica multidisciplinar, ainda mais quando se trata de um projeto de grande porte (e aqui, cabe uma discussão pra esclarecer critérios). Eu só não seria tão determinista nem definiria tão nitidamente as atribuições do arquiteto de informação. Não querendo desviar do assunto principal, bem sabemos que atualmente o títudo do cargo "arquiteto de informação" abrange, quase sempre, mais do que arquitetura de infomação. Penso que o título deveria ser mais abrangente ou as equipes maiores e mais especializadas, mas esta parece ainda uma realidade distante.

Trabalhei com o Gino e posso dizer que um dos maiores esforços foi tentar influenciar no processo de desenvolvimento definido, com o objetivo de incluir as questões estratégicas e de planejamento. Isto já seria um grande passo. Subdividimos uma macro etapa Estratégia em diversos planos, de acordo com o escopo e particularidades do projeto, como plano de AI, Usabilidade, SEO, e assim por diante. 

De qualquer forma, mesmo não gerando um entregável, adoto a prática de registrar todas as questões estratégicas que consigo. 

Abs,

--
Fernando Lima
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