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aifia-pt - [AI] [Spam] Re: Kindle: Amazon´s new wireless reading device

aifia-pt AT lists.ibiblio.org

Subject: Arquitetura da Informação (em Português)

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Chronological Thread  
  • From: rafael <rafael AT interactis.com.br>
  • To: "Arquitetura da Informação (em Português )" <aifia-pt AT lists.ibiblio.org>
  • Subject: [AI] [Spam] Re: Kindle: Amazon´s new wireless reading device
  • Date: Sun, 25 Nov 2007 11:09:15 -0200

O livro impresso não vai desaparecer, nem o prazer de folhar papel de
verdade, sentir o cheiro de um livro ou aquele odor levemente nauseante de
papel parado num sebo há muitos meses. Tenho comprado muitos livros de sebo
via Estante Virtual (www.estantevirtual.com.br) por preços excelentes, alguns
vieram com grifos de seus donos anteriores, carimbos e até autógrafos dos
autores, o que conta a história precedente destes objetos, que para muitos
ainda são o maior ícone para simbolizar o conhecimento na nossa sociedade.

Atualmente estou relendo "Ansiedade da Infomação 2", do Saul Wurman, logo no
início do livro ele meio que "conta vantagem" atribuindo a si mesmo a
invenção da notas laterais nas páginas, que complementam a leitura sem
interromper a linearidade do capítulo. Um leitor digital como o Kindle entra
por exemplo neste aspecto: o texto digital permite o uso de gráficos mais
detalhados, que poderiam ser ampliados e explorados pelo leitor, que ganha
com a exploração do livro.

Se o leitor de textos digitais permitir algum uso de hipertexto (não
exatamente como um navegador de internet, mas pelo menos algum uso contextual
de adendos), os escritores poderiam explorar de forma mais inteligente as
notas de rodapé e pequenos textos complementares.

As próprias notas de rodapé não precisariam estar no rodapé ou indexadas
numericamente no final do livro, (o que eu odeio em alguns livros, porque
interrompe a leitura, ao invés de permitir que você leia o rodapé e continue
no ritmo), poderiam estar clicáveis, abrindo um combo para você ler e depois
continuar de onde parou.

O uso de marcadores de páginas nos livros digitais também evoluiria, pois
você pode marcar onde parou, e isto pode ser feito por mais de uma pessoa no
mesmo texto.

Sem contar os grifos. Eu grifo a lápis meus livros, faço anotações nas
laterais e digito depois algumas passagens mais relevantes, no livro digital
poderia haver a funcionalidade de marcar, grifar e transcrever para um
PenDrive já com a citação correta de página, autor, edição, editora, título,
ISBN e por aí vai...

Bom, o que eu quero dizer com isso tudo é que a plataforma de leitura muda a
forma de "usar" o livro, mas não muda a natureza do livro em si, nem sua
importância na sociedade.

A nova plataforma abre novas oportunidades para os Arquitetos de Informação,
que podem planejar livros mais interessantes, aproveitando os recursos que a
nova plataforma oferece. A versão impressa teria toda informação que a
digital tem, mas a forma de navegar pela informação é diferente. E cada um
escolhe como quer ler, no papel tradicional, ou no papel digital.

Abraços,

Wally
http://exvertebrum.wordpress.com


Rafael Rez Oliveira
Interactis | Marketing Interativo
rafael AT interactis.com.br
(19) 3254.9214 | 9119.0228

-----Mensagem Original-----
From: "Daniel Ribeiro" danielmeloribeiro AT gmail.com
Date: Sat, 24 Nov 2007 17:39:14 -0200
To: "Arquitetura da Informação (em Português)" aifia-pt AT lists.ibiblio.org
Subject: [Spam] Re: [AI]Kindle: Amazon´s new wireless reading device

> Bom, acho que nenhum de nós aqui realmente pensa que o livro vai
> desaparecer com aparecimento de dispositivos como o Kindle.
>
> O que eu acho interessante nessa discussão é a convivência das formas
> tradicionais e digitais de suporte da informação. O livro certamente
> perdeu um pouco da sua hegemonia como difusor do saber e da cultura,
> mas isso não indica que será substituído tão cedo. Se pudesse ser
> substituído, o livro já teria desaparecido.
>
> O surgimento dessas novas interfaces não eliminam as anteriores, pelo
> contrário, a indústria editorial permanece relevante. Por outro lado,
> os gadgets introduzem novos comportamentos culturais para lidar com a
> informação.
>
> Nosso foco como arquitetos, no meu entendimento, deve estar voltado
> justamente para identificar esses movimentos para pensarmos sempre em
> propostas mais adequadas de navegação e organização da informação.
>
> A pintura não desapareceu com o advento da fotografia, que também não
> desapareceu com o surgimento do cinema, que também não desapareceu com
> a televisão e o vídeo. O livro está aí, e tais invenções (como o
> próprio Kindle), só reforçam o poder da mobilidade e a intensiva
> intimidade das interfaces computacionais em nosso cotidiano (quem já
> teve a oportunidade de brincar um pouco com o Iphone já sentiu isso de
> maneira muito evidente), mas, no entanto, sem a pretensão de engolir o
> hábito de ler no papel.
>
> Daniel
> . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
> Ao responder, elimine o texto não essencial
> de mensagens anteriores e evite formatação.
>
> Lista de discussão AIfIA-pt
> AIfIA-pt AT lists.ibiblio.org
> Arquitetura de Informação em Português
> http://lists.ibiblio.org/mailman/listinfo/aifia-pt




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