Arquitetura da Informação (em Português)

["Marcos Lavieri" <lavi AT lavieri.net>]

Olá a todos, é minha primeira mensagem na lista.

Primeiro, a apresentação básica e OFF-TOPIC:

Sou jornalista de formação, com experieência em várias redações, mas  
em 1999 mudei de área e fui parar no BOL, antes mesmo do site entrar 
no ar. Eu fazia parte da equipe de produtos, e uma das minhas 
atribuições era cuidar da navegabilidade/usabilidade do site. 
Paralelamente à minha equipe (formada por webmaster, designer, 
redatores e editores) trabalhavam os programadores, DBAs etc. Aprendi 
muito com esse pessoal da chamada "área técnica", mas cansei de tanto 
empiricismo na hora de montar os sites do portal. Aí decidi que era 
hora de voltar para a sala de aula.

Fiquei lá até agosto do ano passado, quando já havia tomado a decisão 
de deixar o Brasil por um tempo para estudar e me aprimorar nos 
conhecimentos teóricos sobre Internet (acompanhei com entusiasmo a 
discussão de vocês pelos arquivos de julho). Acabei vindo para a 
Austrália, de onde escrevo agora, e onde devo ficar até janeiro, 
quando volto ao Brasil. Faço uma pós-graduação na área de Internet e, 
por um azar tremendo, não vou fazer a matéria que me atraiu para a 
University of South Australia, de Adelaide: Information Architecture. 
Sei lá por qual motivo o curso foi cancelado. Mas entre os outros 
cursos que estou fazendo (serão oito no total) está o relacionado com 
o tópico dessa mensagem, E-Learning.

Posso acrescentar a essa discussão alguns conceitos que já desenvolvi 
enquanto estou fazendo o curso e sugerir alguns links que colocarei no 
fim da mensagem.

A tecnologia é a ferramenta para o ensino, o que realmente conta é o 
método. Não é convertendo todo o material de um curso clássico para 
html, vídeo ou qualquer outra coisa digital que poderemos considerá-lo 
pronto para essa nova realidade. Sem um bom método de ensino, a 
tecnologia é inútil.

Já há instituições norte-americanas usando a tecnologia como 
ferramenta para a educação à distância no lugar dos clássicos cursos 
por correspondêcia há um bom tempo, com resultados muito bons. A 
diferença para nós brasileiros é que nosso sistema de ensino 
privilegia a aula e não a leitura. Não somos um povo acostumado a 
estudar por conta própria (não estou falando de autodidatas, mas de 
ensino formal). Aqui na Austrália o estudante faz o que for para não 
ir à Universidade. E os cursos são totalmente baseados em leituras. 
Cada um lê o material, faz os trabalhos (não há muita prova, exame) e 
consulta o professor quando necessário. Acho que é extremo, mas 
funciona, estou vivendo uma experiência muito interessante esse ano, 
lendo como um condenado, mas descobrindo uma forma diferente de 
aprender.

E essa experiência me faz acreditar no E-learning porque vi que é 
possível aprender sem ter de frequentar a Universidade, e com as 
ferramentas corretas é possível até simular uma sala de aula. Mas tudo 
depende de duas coisas: metódo de ensino e a participação de alunos e 
professores. Vejo esse campo como um universo muito interessante para 
os profissionais de AI e usabilidade (se é que dá para separar). Muda 
o paradigma: aqui o usuários tem outros interesses, diferentes do 
internauta que navega no UOL, Yahoo! e Google. Time spen on line é 
diferente, acesso à tecnologia é diferente, conhecimento sobre 
tecnologia é diferente.

Acho que me alonguei um pouco. Aqui vão alguns links:

What Does Research Tell Us About Technology and Higher Learning?
http://www.learner.org/edtech/rscheval/rightquestion.html

DISTANCE EDUCATION 
http://www.aect.org/Intranet/Publications/edtech/13/index.html

Impacts of college-level courses via Asynchronous Learning Networks: 
Some Preliminary Results
http://eies.njit.edu/~hiltz/workingpapers/philly/philly.htm#m0


[]s
Marcos Lavieri